Mundo Animal

Projeto TamanduASAS

Projeto TamanduASAS

A história não começa bem: destruição de habitats, atropelamentos, queimadas... Várias espécies de animais silvestres sofrem com o desafio de sobreviver dia após dia, em um mundo que não está deixando espaço para a fauna cumprir o seu papel na natureza.
Para ajudar nesta luta, o Instituto Estadual de Florestas (IEF) e o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (IBAMA), desenvolvem no estado de Minas Gerais o projeto ASAS - Áreas de Soltura de Animais Silvestres. O objetivo é cadastrar propriedades, a fim de obter áreas que apresentem potencial para receber, reabilitar e soltar animais silvestres da fauna brasileira.


O projeto vem sendo desenvolvido prioritariamente com aves, envolvendo médicos veterinários, biólogos e engenheiros florestais, sendo estes analistas ambientais do estado, voluntários e parceiros. A partir desta experiência, o projeto foi expandido, e uma nova versão foi criada: o TamanduASAS.


O tamanduá-bandeira é um animal exuberante, cauda grande com pelos grossos e compridos e um focinho longo, que habita diferentes tipos de ambientes, símbolo do cerrado e das florestas.  Mas sua visão pouco desenvolvida e o ritmo lento o tornam susceptível aos atropelamentos, fazendo com que as rodovias sejam uma ameaça a sobrevivência desta espécie.


Diante do elevado número de filhotes de tamanduás órfãos após atropelamento de suas mães na região do Triângulo Mineiro e Alto Paranaíba, e na tentativa de evitar que a destinação destes filhotes seja o cativeiro, decidimos nos dedicar a esta espécie de uma maneira especial.


“A intenção do projeto é cuidar dos filhotes de tamanduás do aleitamento ao desmame, acompanhando seu crescimento, e desenvolver com uma equipe multidisciplinar de profissionais, um trabalho de reabilitação, visando uma possibilidade de reintrodução ao seu habitat no futuro”, explica a veterinária do IEF, Juliana Magnino. Segundo a profissional, o projeto TamanduASAS visa conhecer melhor a espécie e divulgar informações para contribuir com o manejo e conservação em outras regiões. “A soltura de um animal silvestre não implica em simplesmente abrir uma gaiola. O processo deve ser feito em etapas, envolvendo um criterioso trabalho de reabilitação. Os tamanduás são acompanhados no recinto pelo tratador e por armadilhas fotográficas. Médicos veterinários formulam a dieta e fazem as avaliações sanitárias, biólogos estudam as reações comportamentais. Enriquecimento ambiental e bem estar animal são fundamentais. Educação ambiental é uma forte aliada. Tudo serve de aprendizado. Será dado um passo de cada vez”, complementa.

Para o bom funcionamento do projeto, é necessária a celebração de parcerias. As áreas utilizadas para reabilitação e soltura são em propriedades particulares, de pessoas que entendem a importância de preservar a fauna e a flora nativas e arcam com os custos da construção dos recintos, manutenção e alimentação dos animais. No município de Araguari-MG, o primeiro recinto de reabilitação de tamanduás-bandeira foi construído. “Buscamos mais parceiros e recursos financeiros para construir mais recintos de reabilitação, adquirir alimentos e radiocolares que possibilitarão monitorarmos a adaptação dos tamanduás no meio ambiente, após abertura do recinto de reabilitação. Toda ajuda é bem vinda”, finalizou Juliana. Ao contrário do início, os integrantes do TamanduASAS querem que esta história acabe bem. É o começo de um trabalho que, com muitos esforços, estudos e parcerias, nos levarão a um final diferente. Ainda há esperanças!


Informações:
http://www.ief.mg.gov.br/dcc/1749-projeto-asas-areas-de-soltura-de-animais-silvestres


Contato: juliana.silva@meioambiente.mg.gov.br