Turismo Ecológico

Pedra do Sino

Pedra do Sino

Caro leitor, com orgulho, trago a você a primeira dica de roteiro eco turístico da Blue Planet Magazine.
Confesso que foi bem difícil selecionar apenas um roteiro para inaugurar esta coluna pois são muitos lugares diferentes e cada um com seu charme e suas características que se diferenciam pela extensão, tipo do terreno, elevação e duração que definem o grau de dificuldade de cada trilha. Mas todas, com toda certeza, te levarão a lugares incríveis e conectarão você à natureza. Esta é nossa missão.
Então vamos ao que interessa.


Pedra do Sino. Fica no Parque Nacional da Serra dos Órgãos (PARNASO), na sede de Teresópolis, região serrana do estado do Rio de Janeiro.
Por que este foi o primeiro roteiro escolhido? A resposta é bem simples: mesmo estando lá em três ocasiões ainda quero voltar. E baseado neste sentimento, acho que vale a dica e que ela atenderá à expectativa de ser a primeira.
O parque funciona o ano inteiro, mas devido a altitude de 2.275 metros da Pedra do Sino, a alta temporada desta trilha acontece no período de estiagem. Isto garante uma caminhada com dias de céu mais azul que dão uma vista linda da Serra dos Órgãos. Em compensação é preciso lidar com o frio que se for subestimado pode incomodar bastante, principalmente para quem optar pelo pernoite, pois o termómetro costuma ficar negativo.
Segundo o parque, a duração desta caminhada com extensão de 12Km até o topo pode variar de 3 a 4 horas para quem faz o “bate e volta”, que significa ir e voltar no mesmo dia, pois o visitante anda mais leve, transportando basicamente os alimentos. Para os caminhantes que pernoitarão no parque, transportando todo equipamento necessário, com mochilas pesadas, este percurso costuma durar 6 horas ou mais. No entanto, estas são estimativas que podem variar bastante em função do condicionamento físico e do clima.
Como ir:
Infelizmente, a entrada no PARNASO não é franca. É preciso pagar por cada um dos serviços oferecidos pelo parque. Para isso o visitante conta com duas formas de adquirir seu ingresso, que pode ser tanto na portaria ou pelo seguinte site: http://www.parnaso.tur.br/.
A opção de comprar os ingressos na bilheteria não é interessante para quem seja de outro município pois é possível não encontrar vaga. Para quem vai de longe, significa perder o dia caso o parque esteja lotado, o que é bem comum na alta temporada.
A compra pelo site é bem organizada. Você escolhe a trilha, os serviços e as datas. O site informa caso alguma data ou serviço esteja indisponível e a compra só é encerrada com a certeza que sua vaga esteja garantida. Porém, há um inconveniente: a única forma de pagamento disponível é por cartão de crédito. Embora a grande maioria das pessoas possuam, este é um ponto fraco considerando que se trata de um importante parque nacional que, por isso, deveria facilitar e incentivar o contato das pessoas com a natureza.
Para o pernoite, é possível escolher acomodar-se no camping ou no abrigo. Optando pelo abrigo, uma casa de madeira com dois pavimentos, muito charmosa e conhecida como “Abrigo 4”, deve-se escolher entre beliche ou bivaque. Este último consiste em um colchonete estendido no chão do segundo pavimento. Por isso, mesmo no verão é importante levar seu saco de dormir ou um bom edredom além de roupas para o frio.
No Abrigo 4, o uso da cozinha e o banho frio são liberados sem custos adicionais, estão inclusos. A cozinha é compartilhada por todos que se responsabilizam pela limpeza após o uso de cada utensílio. Já o banho quente, delicioso, aquecido a gás, com 5 ótimos minutos de duração, é mais um dos serviços pagos. Mas nesse ponto vale dizer que compensa os reais gastos a mais. É uma delícia!

Não é permitido entrar com os calçados de trilha no abrigo, então leve suas sandálias porque o chão é gelado e vai esfriar seu corpo, principalmente no banheiro.

Se estiver pensando em promover uma festa noturna no Abrigo 4, desista. Há um toque de recolher que se inicia às 22:00 sendo anunciado com alguma antecedência por um dos guardas-parques e as luzes são apagadas no horário estipulado. Isso parece tirar a liberdade do visitante, mas é importante para garantir algumas horas de sono e repouso para recuperação pois a trilha é bem longa e o retorno deve ser seguro.
A iluminação do Abrigo é pouco, com alguns led’s, e a fonte é a capitação de energia solar. Por isso, leve bateiras reservas para seus equipamentos eletrônicos pois não há tomadas para recarregar nada. E não esqueça as lanternas, faram falta, pois a subida ao cume durante a noite é imperdível.